sexta-feira, 29 de maio de 2009

Projecto Pterosaur

Ultima chamada para se juntarem à fabulosa expedição do Dr. Richard Paley, professor de Divindade e Teobiologia (o que quer que isso seja) na Fellowship University. Se o seu currículo não vos impressiona, então talvez a sua ideia genial vos faça perder o amor ao dinheiro e apostar neste projecto.O projecto de que falo é o Project Pterosaur que consiste basicamente em organizar uma expedição para procurar um espécime vivo de um pterodáctilo (sim leram bem) para provar aos evolucionistas que a sua teoria está completamente errada e que a teoria creacionista é a que melhor descreve a natureza. Caso não saibam, o museu creacionista, localizado em Cincinnati no Ohio apresenta o planeta terra como tendo sido criado ao mesmo tempo que o resto do universo e apenas à cerca de 6000 anos, em vez dos 4.5 mil milhões de anos (o big bang deu-se à 13.7 mil milhões de anos). Segundo o creacionismo, humanos e dinossauros viveram ao mesmo tempo, e estes foram extintos aquando do grande dilúvio (deviam ser grandes demais para caber na arca).
Com este projecto, os seus proponentes esperam atingir 3 objectivos
  1. Suportar a teoria criacionista mostrando que a teoria da evolução está errada.
  2. Educar a população acerca da teoria criacionista.
  3. Criar entusiasmo acerca da teoria da criação e da Biblia na população.
A ideia geral é caçar uns pterodáctilos para depois fazer uma espécie de parque jurássico onde se possam reproduzir para poderem ser expostos em igrejas e sedes de grupos religiosos.
Será que estas pessoas não aprendem nada com os filmes de Hollywood??

Dan Ariely - Predictably Irrational

Aqui há dias o Nabla falava sobre intuição, tomada de decisões, estatística, etc...

Estes dois vídeos do Dan Ariely no TED dão-nos mais umas "achas" para essa fogueira... :)





quinta-feira, 21 de maio de 2009

Nutrição Emocional

Se consumir gordura, fica com gordura.

Se consumir alcool, fica com álcool (e bêbado, provavelmente).

Se consumir medo... fica com medo.

Vamos analisar a coisa com calma:

Se consumo medo, fico com medo. Se tenho medo, desenvolvo o chamado stress negativo (sim, existe stress positivo, ou eustress). Se desenvolvo stress negativo activo "3 vozes emocionais" dentro de mim:
- Pessimista (crio desesperança, vai tudo correr mal..., etc)
- Punitiva (recorda-me o que não sou e o que não consegui alcançar)
- Submissa/acomodativa (se algo pode ser feito é pelos outros) - pode ser que o Obama nos salve!...

Se tenho essas 3 vozes activas ainda vou gerar mais medo e o ciclo intensifica-se... Lógico, não?

Então porque razão as pessoas continuam ainda por cima a consumir toneladas industriais de medo por dia? Leia-se nas entrelinhas, consumir notícias, jornais e telejornais?

(Nota: se a resposta for "para estar actualizado", está provado que é muito mais eficaz ler 1 jornal por semana do que 1 jornal diariamente, pois o distanciamento temporal vai permitir uma "filtragem" de notícias que o bombardeamento diário não permite - sugiro a leitura do "Cisne Negro")

Porque não a criação de um jornal apenas com notícias positivas? Do bom que se faz no mundo, etc? Já sei... não vendia tanto, não era?

Confesso que desde que parei de ver notícias (internet, radio, televisão e jornais) deixei de ter medo de:
- gripe dos porcos, das aves e das salamandras zarolhas
- atentados suicidas e outras talibanisses
- que me roubem o carro, a casa ou a avó
- de desenvolver cancro no escroto se puser os alimentos no micro-ondas
- que a Maddie apareça no meu quintal
- que o meu vizinho que é calado e bem comportado afinal seja um serial-killer que escortacha pessoas e as guarda no frigorífico para juntar à ração que dá ao gato
- etc...
- Ah, e já me esquecia! E esquecia mesmo: da CRISE!!!

A única crise que me preocupa mesmo é a falta de valores que invade o rebanho...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Será o Islamismo o caminho para a paz no mundo?

Pegando no tema da estatística, recebi agora um vídeo sobre o crescimento da população muçulmana a nível mundial que me parece interessante debater.

Segundo o mesmo, e diversos especialistas, dentro de poucos anos (aproximadamente 25) a Europa passará a ser um estado muçulmano, assim como vários países do Mundo.

Podem ver o vídeo aqui:



Ao início fiquei apreensivo mas depois "iluminei-me" perante estas excelentes notícias!

Poderá ser uma excelente oportunidade de paz no mundo, pois deixa de existir desigualdade a nível religioso e passa-se a ter uma plataforma comum de comunicação e entendimento, ingredientes necessários a um "salto de consciência".

Ao fim e ao cabo, praticamente todas as religiões defendem o mesmo e, quer queiramos, quer não, a Muçulmana é uma das mais pacíficas e inteligentes que existe, apesar de toda a "má publicidade" que tem sofrido devido a alguns grupos radicais islâmicos que correspondem a aproximadamente apenas 0,001% (1 em cada 100.000 pessoas) dessa gigantesca população.

Acredito que se a maioria das pessoas pertencer a uma religião deixará de existir a necessidade "clubística" de mostrar que "a minha é melhor que a tua" e que, finalmente, nos possamos dedicar a coisas bem mais proveitosas para o bem da humanidade.

Os muçulmanos já no passado foram peritos em contribuir para o bem da humanidade, pois enquanto andávamos a queimar pessoas nas fogueiras eles iam dando excelentes avanços a nível da Matemática (ex. número 0), da Medicina (ex. cura da peste negra), da agricultura (ex. frutos secos, laranjeiras, amendoeiras, oliveiras, etc...), da Astronomia, etc...

É uma forma, creio que positiva, de ver um vídeo que, supostamente, parece querer transmitir uma mensagem negativa...

Se essa for a realidade, que a recebamos de braços abertos e a potenciemos no sentido positivo.

Para os que ainda estão cépticos, o problema reside na seguinte confusão Linguística:
"quase todos os terroristas são muçulmanos" (VERDADEIRO) vs "quase todos os muçulmanos são terroristas" (FALSO - apenas 0,001%)

Gostava de ouvir a vossa opinião...

Descoberta do Gene Cristão

Num exemplo perfeito da técnica humorista de inversão, mostro-vos hoje um vídeo que tenta parodiar com a posição anti-homossexual que a igreja cristã defende.



Sinceramente, e depois de já ter lido o novo testamento 2 vezes, embora toda a gente me diga que o velho testamento tem mais acção e mais sangue (parece que realmente as sequelas são sempre mais fraquinhas), não me lembro de encontrar alguma menção anti-homossexual. Se calhar foi posteriormente inserida por algum padre preocupado com a libido dos seus companheiros, afinal de contas passar a vida toda enclausurado num local onde todos os residentes são homens, pode levar a que necessidade fisiológica supere a sensação de estranheza.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Estatisticamente Falando parte 2

Tal como tinha prometido, vou falar de um conceito que é de extrema importância em qualquer tipo de decisões que se tomem, quando baseadas em informações incompletas ou quando há falta delas.
Os mais atentos saberão que estou a falar do teorema de Bayes, cuja definição matemática é

onde P(A) e P(B) são, respectivamente, as probabilidade dos acontecimentos A e B ocorrerem, P(A|B) é a probabilidade condicional de A, dado B ou seja, é a probabilidade de que se B ocorreu, A venha a ocorrer e P(B|A) logicamente será a probabilidade condicional de B, dado A.
Tal como devem saber, a definição clássica de probabilidade pode ser descrita como o coeficiente entre o número de casos favoráveis (em relação ao acontecimento sobre o qual queremos saber a probabilidade) e o número de casos total (todos os casos possíveis, quer sejam favoráveis ou não). A expressão matemática será, então,
Armados com esta informação, podemos então pensar quão diferente será a interpretação Bayesiana, da noção que normalmente temos dos que é a estatística. Nada como um exemplo para mais facilmente ficarmos com uma imagem dos conceitos envolvidos.

Por exemplo, vamos supor que um indivíduo se desloca ao médico para efectuar um exame fisiológico cujo resultado dirá se essa pessoa tem uma certa doença. O médico sabe que o teste tem uma fiabilidade de 99% (deveríamos ainda saber se a probabilidade de dar falsos positivos e falsos negativos é a mesma, mas neste exemplo vamos supor que sim), e quando o resultado do teste finalmente é conhecido, a resposta é positiva para a existência da doença.
Neste caso o que deve o médico dizer ao doente? O que muitos médicos acabam por dizer é que existe uma chance de 99% de o doente realmente ter essa maleita, no entanto, e à luz do teorema de Bayes, essa informação pode estar dramaticamente errada.
Vejamos por exemplo que se a doença em questão for uma condição rara (por exemplo apenas 500 pessoas em cada milhão de habitantes a ter), e tendo em conta a fiabilidade do teste, se testarmos um milhão de pessoas em princípio haverão 9995 falsos positivos e 5 falsos negativos (1% dos 999500 indivíduos sãos e 1% dos 500 que têm a doença, respectivamente).
Desta forma, dos 1.000.000 de indivíduos que testámos, 10.490 acusaram positivo, de onde 495 têm realmente a doença e 9995 não a têm.
Assim, tendo em conta a definição de probabilidade, existe apenas uma probabilidade de cerca de 4,7% que uma pessoa que acuse positivo no teste tenha realmente a doença em questão.

Como podem ver, a diferença é enorme e aumenta quanto mais rara for a doença ou quanto pior for a fiabilidade do teste efectuado. Quando nos deslocamos ao médico com o intuito de efectuar um qualquer exame, não estamos frequentemente a par da fiabilidade do teste que nos irão fazer, e aceitamos o resultado como se não houvesse qualquer incerteza associada ao diagnóstico. Este comportamento baseia-se na confiança que desenvolvemos nas capacidades técnicas de toda a equipa médica, e nomeadamente na sua compreensão do teorema de Bayes.
Tal como no caso do médico, o mesmo se pode concluir no que diz respeito em relação a entrevistas de trabalho onde, quer queiramos quer não, o teorema de Bayes é utilizado (quase sempre inconscientemente) na observação da nossa personalidade baseada nos estereótipos e na vivência de cada um dos entrevistadores. Ou seja, uma certa conclusão sobre a nossa personalidade, através de algo que tenhamos feito ou dito na entrevista, pode ser tirada partindo do rótulo que o entrevistador nos tenha adjudicado a priori. Ou seja, se for loira e se o entrevistador achar que 90% das loiras são burras, e se por acaso no meio da conversa tiver o azar de mencionar alguma afirmação estúpida, a percepção que ele tem sobre a probabilidade de que a pessoa que ele está a entrevistar ser realmente ignorante, aumenta de uma forma que pode estar errada exclusivamente porque o estereótipo (ou seja a percepção que ele tem sobre a percentagem de loiras menos espertas) pode estar drasticamente errado.
Daí o facto de os estereótipos serem tão perigosos.

Este conceito é também extremamente importante nos jogos de casino, nomeadamente no poker, mas deixarei para outro post este tema